segunda-feira, 24 de outubro de 2011

#fomedequê


Concentração: 16h30 em frente a Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz – Rua Arthur de Azevedo n.1, Pinheiros (em frente a um dos acessos ao Hospital das Clínicas). Itinerário: Seguirá pela Rua Oscar Freire até a esquina da Rua Augusta.
A Marcha das Famintas faz parte da Semana de Amar seu Corpo 2011, promovida pela RISSCAInscreva-se aqui para esta e outras atividades





A problemática em torno dos transtornos alimentares, muitas vezes menosprezada e neglicencada, atinge até 15% entre adolescentes e pré-adolescentes e até 30% de atletas. No Brasil até um terço das mulheres universitárias fizeram práticas de risco alimentar para e 80% relataram ter algum desconforto com a imagem corporal. Apesar desses números significativos, no ano de 2009 o DATASUS registrou apenas 50 mortes no Brasil por Transtornos Alimentares, o que indica subnotificações médicas nos atestados de óbito. Talvez por serem considerados um transtorno leve mental, e consequentemente sem direito ao apoio previdênciário temporário ou permanente. Entretanto possui taxa de mortalidade mais alta dos transtornos mentais de 10% para Anorexia Nervosa. Sendo as principais causa-morte: suicídio, parada cardíaca, distúrbios hidroeletrolíticos e infecções.
Os transtornos alimentares apresentam qualidade de vida das piores do transtornos mentais, semelhante ao da Esquizofrenia, com insatisfação em aspectos sócio-emocionais, mas não em condicionamento físico. Nos transtornos alimentares a comorbidade é regra: depressão, ansiedade, dependência de drogas, suicídio e transtorno de personalidade. Necessitam de abordagem terapêutica biopsicossocial complexa e não-convencional que ainda não existe no Sistema Único de Saúde. As causas estão relacionadas a fatores ambientais (associação com prematuridade, abuso físico e sexual na infância, influência cultural ocidental e práticas alimentares de risco em família) e a genética (agregação decrescente entre familiares 1, 2 e 3 graus e comparados com a população geral, e principalmente entre gêmeos univitelinos criados em ambientes separados).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, nos proximos dez anos os Transtornos Alimentares tendem a crescer em 17% quanto a sua participação total de mortes da população. Entretanto a rede de atendimento a pessoas com transtornos alimentares limita-se a centros localizados, em sua maioria ligados a hospitais universitários, e sustentados por trabalho voluntário e interesse em pesquisas científicas na área. Os profissionais da rede básica de saúde não estão preparados para a prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças.  A Marcha das Famintas quer colocar em pauta o triste ocorrido com Maria Cleneilda para cobrar políticas públicas que possam contribuir para o enfrentamento desse quadro de adoecimento e morte silenciosas que vitimam tantas vidas.
No dia da Marcha todxs nós, além de estarmos vestidos com camisetas com o rosto de Maria Cleneilda, iremos percorrer o trajeto mapeado com qrcodes com o rosto de Maria Cleneilda em realidade aumentada, uma forma de mostrar que as ruas, a sociedade está repleta de Maria Cleneildas que morrem de fome diariamente por “comer de maneira inadequada e entrar em um regime de carências ou deficiências específicas, capaz de provocar um estado que pode também conduzir à morte”, como cita Josué de Castro.

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